- Quinta das Ginjas
O que são os Neonicotinóides?
Foi na passada sexta feira 27 de Abril aprovada pelos estados membros da União Europeia, a proposta que proíbe o uso ao ar livre de inseticidas perigosos para as Abelhas. Englobados nessa restrição estão o imidacloprid, a clotianidina e o tiametoxam, neonicotinóides de 1º e 2ª gerações.

A proposta será nas próximas semanas aprovada em Bruxelas entrando em vigor no final deste ano de 2018.
Mas afinal o que são os Neonicotinóides e como afetam as Abelhas?
Basicamente são químicos derivados da nicotina e cuja capacidade inseticida foi demonstrada em 1972. Actuam como agonistas dos receptores nicotínicos dos insectos ao nível do receptor alfa4beta2 provocando importantes alterações comportamentais e de aprendizagem, tremores, o colapso do sistema nervoso e a sua morte.
A exposição das Abelhas aos neonicotinóides pode ocorrer de varias formas dependendo da sua aplicação: por resíduos presentes no pólen e néctar, na poeira presente nos solos, e nas novas plantas germinadas em solos contaminados (European Food Safety Authority - EFSA 2018).
A Xerces Society for Invertebrate Conservation em 2016, publicava os resultados de uma investigação que sustentava que o uso destes pesticidas nas quantidades recomendadas não apresentava um risco excepcional para as Abelhas mas que essa acção nociva ocorreria com seu uso recorrente provocando a diminuição das suas defesas face aos predadores, o declínio da sua reprodução e atrasos de desenvolvimento.
Já em Janeiro de 2013 foi definido como inaceitável o seu alto risco para as abelhas e que a industria teria financiado as agências reguladoras para a divulgação de apelos de segurança para o uso dos seus produtos (EFSA). São também mencionados em inúmeros artigos científicos, como sendo responsáveis pelo desaparecimento de colónias de abelhas - Colony Collapse Desorder (Bulletin of Insectology 67 (1): 125-130).