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Descoberto o fim da Varroa...


Foi publicado na Scientific Reports do passado dia 12 de janeiro de 2018, o resultado de uma inexperada descoberta científica que poderá ditar o fim da Varroa destructor.


A Varroa destructor, comummente conhecida por Varroa, é a peste mais devastadora das colónias de Apis mellífera em todo o mundo ocidental. Trata-se de um ectoparasita que se alimenta da hemolinfa das abelhas jovens e adultas. Originária da Ásia, a Varroa vê na Apis melífera um hospedeiro acidental visto que o seu hospedeiro natural é a Apis cerana (autóctone na Índia - fotografia ao lado) e que se crê, tendo defesas naturais, não é afectada negativamente por este parasita.

Somente quando colónias de Apis mellífera foram transportadas para a Ásia, se verificou o quão destrutivo era o efeito da Varroa nesta espécie.

É hoje conhecido que os produtos químicos utilizados no controlo desta praga se encontram já numa fase descendente da sua eficácia atendendo ao crescimento das resistências do parasita, e que nestes últimos 25 anos não foi introduzida no mercado qualquer inovação na área.

 

Este actual cenário levou cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém a experimentar uma técnica chamada RNA de interferência. No seu estudo, eles alimentaram o RNA de cadeia dupla das abelhas através de uma solução de açúcar para inativar genes vitais da Varroa. Os ácaros ingeriram o RNA letal através da hemolinfa das abelhas e posteriormente morreram.

Inspirados por esses resultados, pesquisadores alemães da Universidade de Hohenheim (Bettina Ziegelmann, Elisabeth Abele, Stefan Hannus, Michaela Beitzinger, Stefan Berg e Peter Rosenkranz) procuraram replicá-los repetindo o ensaio com métodos ligeiramente diferentes. Na verdade, os ácaros infestantes de abelhas alimentadas com água açucarada com o RNA morreram rapidamente, mas também aqueles de um grupo de controle que receberam outro RNA e que deveria ter sido ineficaz. A surpresa destes resultados levou os pesquisadores a suspeitar que o cloreto de lítio usado para produzir o RNA - e, portanto, presente na água açucarada de ambos os grupos testados - era na realidade o responsável pela morte dos parasitas. Experiências posteriores validaram a hipótese!

Foi então testado o efeito do cloreto de lítio na Varroa. Verificou-se que a alimentação de abelhas enriquecida com quantidades ínfimas de cloreto de lítio (a uma concentração não superior a 25 milimolares) durante 24 a 72 horas eliminou 90 a 100 por cento dos ácaros de Varroa sem aumentar significativamente a mortalidade de abelhas. (Abaixo: a figura mostra a proporção sobrevivente de abelhas e ácaros alimentados com cloreto de lítio em comparação com aqueles não alimentados com cloreto de lítio).


Trata-se de uma boa notícia no mundo apícola. Contudo, os investigadores deixam o alerta de que, apesar da introdução/utilização do cloreto de lítio na alimentação das Apis mellífera ser fácil e de custos razoáveis, os seus efeitos colaterais a longo prazo bem como a presença de valores residuais no Mel deverão ser estudados antes da sua introdução como método de controlo da Varroa destructor.

Fonte: Bettina Ziegelmann, Elisabeth Abele, Stefan Hannus, Michaela Beitzinger, Stefan Berg & Peter Rosenkranz. "Lithium chloride effectively kills the honey bee parasite Varroa destructor by a systemic mode of action." Scientific Reports 8, Article number: 683 (2018) doi:10.1038/s41598-017-19137-5

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