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Como incentivar a Produção de Própolis?

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O Própolis não é mais do que uma "resina". Ou melhor, o resultado da "digestão" de várias resinas e óleos provenientes das espécies vegetais visitadas pelas Abelhas.

Na sua constituição pura, o Própolis é composto maioritariamente por resinas (50-70%), cera (30-50%), pólen (5-10%) e óleos essenciais (10%). É igualmente fonte de aminoácidos, vitaminas e minerais bem como de flavonóides.

Sendo uma substancia extremamente pegajosa, ela constitui-se numa vital barreira de protecção das colmeias face ao meio exterior, mas também na preservação da própria colónia face a pragas e doenças. Está provada a sua ligação ao sistema imunológico das abelhas, aumentando a sua resistência face à Aethina tumida, Varroa destructor, Nosema e vírus.

Se no passado, os apicultores limpavam com regularidade as colmeias do Própolis alegadamente por retirar o foco das abelhas no mel, hoje essa noção está ultrapassada. Sabe-se que colónias que elevada actividade propolizadora, conseguem garantir um maior isolamento e proteção face aos seus "agressores".

Num estudo publicado no passado 28 de novembro pelo Journal of Economic Entomology, Cynthia Hodges, Keith Delaplane e Berri Brosy, apicultora e investigadores das Universidades da Georgia e Atlanta respectivamente, compararam 3 estratégias para potenciar a propolização de colmeias. Para além da colmeia de controlo (sem alterações) foram comparadas outras 3 às quais foram introduzidas as seguintes modificações:


1. Colmeia em cujas paredes interiores se fizeram rasgos paralelos com serra circular;


2. Colmeia em cujas paredes interiores se aplicaram grelhas plásticas de colecta de própolis;


3. Colmeia cujas paredes interiores se deixaram rugosas (madeira sem quaisquer acabamentos).

A metodologia considerou a divisão de 20 colónias por 5 apiários colocados em locais próximos garantindo a mesma disponibilidade de fontes de resinas em quantidade e qualidade. Foram analisadas as quantidades de Própolis produzidas e acumuladas ao longo do tempo.

Os resultados finais mostraram uma variação significativamente positiva entre as colónias estudadas e a colónia de controlo. Contudo, e de entre as 3 variações estudadas, os investigadores não conseguiram provar qualquer diferença significativa.


Realçam ainda que o melhor método para incentivar a produção de Própolis será deixar as paredes interiores das colmeias com o seu aspecto natural (sem rectificações, polimentos ou outros acabamentos).

Outros estudos associam directamente a capacidade propolizadora das colónias à sua menor contaminação bacteriana e a um menor gasto energético no combate a doenças. Considera-se também que a maior resistência e capacidade de defesa das Abelhas advém da capacidade de propolização das colónias e não do própolis enquanto substancia!

Créditos: fotos provenientes da investigação publicada e acima mencionada (excepção das identificadas pela QG)

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